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Onze Ponto Um Esportes
Olá, amigos da Espanha! Venho aqui apresentar-lhes o nosso blog de jornalismo esportivo, com foco no futebol. Gostaríamos muito de contar com a visita de vocês. Para visitar nosso blog, clique aqui. Voltarei aqui para anunciar as atualizações do nosso blog.
Sem mais, Osmar Lopes, aluno de Jornalismo da Universidade Federal de Ouro Preto.
ARTE ALÉM DAS CORDAS
A Luthieria é a arte de construir ou restaurar instrumentos musicais de corda e caixa de ressonância, como violões, violinos e contrabaixos. Um ofício que exige muito estudo, dedicação e paciência. Apesar disso existem muitos profissionais amadores que se levam pela empolgação da arte, como músicos que se arriscam a personalizar seus próprios instrumentos e começam a atuar na área.
O Luthier Leonardo D’Angelo Sá nasceu em Mariana e trabalha a 11 anos nesse ramo aqui na cidade. Segundo ele é necessária muita paciência, pois trabalhos de restauração demandam técnicas minuciosas de análise e execução do trabalho. Com bastante experiência na profissão, o luthier já construiu e reformou milhares de violões e guitarras, para músicos amadores e profissionais da região.
O trabalho de luthieria oscila muito sua demanda durante o ano, sendo que antes e durante épocas de poucos eventos se apresenta retraído. Em meses posteriores a grandes festas como o carnaval, aumenta a procura pela restauração devido à quantidade de shows que os artistas realizam.
Certamente instrumentos restaurados ou unicamente construídos custam caro ao artista consumidor. Uma restauração em que envolva boa parte de um violão não sai por menos de R$200, quantia considerável, que atualmente equivale a um instrumento novo para iniciantes. Leonardo comenta que o custo é alto, o trabalho é difícil, mas os resultados são impressionantes e satisfazem a clientela artística.
Giuseppe Rindoni
Thiago Huszar
Casa abandonada traz problemas a moradores
Localizada no centro histórico de Ouro Preto, uma grande casa abandonada tem sido motivo de preocupação para a vizinhança. A casa encontra-se semi destruída e seus arredores estão cobertos por um denso matagal, o que traz risco à população da área devido à proliferação de pragas tais como insetos, ratos e cobras. Mas o fator mais preocupante tem sido a ocupação da casa por usuários de drogas, que colocam em risco a segurança das pessoas que moram e passam pela região. Um usuário de crack que não quis ser identificado disse ter se desvinculado da família há algumas semanas e encontrado na casa abandonada “o seu teto”, mesmo esta estando em sua maior parte sem telhado. Não se tem notícia dos proprietários da casa há muito tempo e esta se deteriora a cada dia, o que é uma grande perda, considerando-se que se trata de um imóvel tombado pelo patrimônio histórico. Os moradores da vizinhança estão se organizando para encaminhar a situação ao prefeito da cidade, que deverá tomar as providências cabíveis a fim de solucionar o problema.
Por Dayane Barretos e Luciana Gonçalves.
Mariana por debaixo da ponte
Nas proximidades do terminal turístico da cidade de Mariana – Minas Gerais, às margens do Ribeirão do Carmo – que corta o município – encontramos moradores de rua instalados debaixo da ponte. Essas pessoas adotaram o local como lar. A situação, apesar de cotidiana, passa despercebida os olhos de quem por ali transita.
Nos aproximamos para conhecê-los e saber suas histórias de vida. Um deles, Fabiano Vicente Phillipe, se mostrou arredio e desconfortável com nossa abordagem; porém relatou sua opinião quanto ao fato da discriminação sofrida por eles e quanto ao descaso das autoridades em relação a condição de vida que têm.
Outra moradora entrevistada, Helenice, mãe de uma menina formada pelo CEFET-OP, nos contou que, embora tenha uma casa, começou a ficar na rua após o término de seu casamento de dezesseis anos e a morte da sua mãe.
O último morador a ser entrevistado, João Bosco dos Santos, relatou que foi morar na rua depois de ser demitido de uma empresa que prestava serviços para a Samarco, expecializada em mineração, e apresentou vontade de retormar sua vida trabalhista.
Os três entrevistados demonstraram insatisfação e incômodo por viverem naquela situação de abandono e descaso social e almejam uma vida melhor e digna.
Bruna Lapa, Flávia Firmo, Lara, Laura, Tatiana e Rosana
Guias de Turismo em Ouro Preto
Durante todo o ano Ouro Preto recebe turistas de todas as partes do Brasil e do mundo. Turistas que buscam desde a paz religiosa encontrada nas várias igrejas de estilo barroco construídas na época colonial à festas promovidas por repúblicas durante o carnaval. E o que mais se vê nas ruas ouro-pretanas, principalmente nos finais de semana e feriado, são guias de turismo, ou que se dizem guias. A frente das igrejas e monumentos históricos sempre se vê pessoas oferecendo visitas às igrejas com “todas as informações sobre a história da cidade”.
A minha primeira “parada” a procura de informações sobre esse comércio foi no Centro Cultural e Turístico – FIEMG; onde a primeira vista fui recebida com muita simpatia pelas recepcionistas, entretanto ao me apresentar como estudante de Jornalismo a procura de uma entrevista sobre os guias da cidade, rapidamente mudou-se a receptividade, as funcionárias me disseram não poder responder e me encaminharam a Secretaria de Cultura e Turismo onde encontrei funcionários muito receptivos também e que me explicaram não poderem fornecer informações. Na Praça Tiradentes ficam geralmente os guias credenciados pela Embratur à prontidão dos turistas. O guia de 49 anos que estava por ali, que preferiu não se identificar, se prontificou a responder minhas questões. Contou-me que para trabalhar credenciado é necessário um registro na Embratur, que pede como pré requisitos cursos que demonstrem algum conhecimento e a realização de uma prova realizada pelo SENAC.
Danielle Diehl: “Quais são os cursos que o senhor possui para poder exercer a profissão?”
Guia: “Sou formado em Contabilidade, possuo cursos de História da Arte e Primeiros Socorros, mas comecei como Guarda Mirim aos 13 anos onde aprendi muito e decidi seguir a profissão de guia.
Danielle Diehl: “Possui algum idioma?”
Guia: “Falo espanhol, mas aqui no centro cultural têm guias que falam Inglês e Francês também.”
Quando questionado sobre os guias que trabalham ilegalmente ele sentiu ameaçado, mas com a omissão de seu nome resolveu falar, que não há fiscalização e que com isso a profissão fica desvalorizada, pois a concorrência é desumana. Em meses sem feriados prolongados os guias costumam faturar em torno de seiscentos reais, que são negociados com os turistas por meio de uma tabela fixa, mas que pode sofrer alterações dependendo da ocasião.
Os feriados que a cidade recebe mais turistas e que consequentemente os guias ganham mais, são no 8 de julho, semana santa, e quando os feriados são de quinta-feira. No 21 de Abril, quando a cidade é tomada por turistas pois a cidade recebe o presidente e várias atrações comemorativas ao Tiradentes, os guias não trabalham, pois a praça é fechada e eles impedidos de entrar.
A questão com os guias ilegais se torna mais problemática devido aos gastos que guias credenciados têm com renovação de registro que custa em torno de quinhentos reais, cursos para aprimorar o conhecimento; enquanto pessoas vendem serviços desqualificados colocando em risco a vida do turista e manchando a imagem da cidade. O guia ainda ressaltou que turistas brasileiros não têm o costume de pesquisar guias credenciados e costumam aceitar qualquer pessoa para acompanhá-los, enquanto os estrangeiros já vêm de seus países com um conhecimento prévio dos riscos que corre e já procuram um guia nos postos de informações turísticas que estão distribuídos por toda parte da cidade histórica.
Aluna Responsável: Danielle Diehl
Modo de Vida Republicano
Para pré-vestibulandos de todo Brasil o vestibular é uma fase de muito esforço psicológico, onde milhares de estudantes passam o ano todo estudando para entrar na tão sonhada universidade, e o melhor resultado para esses é ver seus nomes publicados na lista de aprovados. A Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) em Minas Gerais atualmente utiliza o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) como processo seletivo para o engresso na instituição, mas o que chama a atenção na cidade é o sistema de moradias estudantis, as famosas Repúblicas, que todo ano recebe estudantes de várias cidades do país.
Divididas em Federais e Particulares, as Repúblicas tem história e tradições vistas somente na cidade. Um exemplo é a “batalha” na casa, que ocorre na maioria das repúblicas. Os “batalhadores” são conhecidos como “bixos” que dividem afazeres específicos dentro das casas, e se adequado aos critérios são escolhidos como “semi-bixos” após um tempo, dependendo do rendimento da batalha. Todo esse sistema funciona dentro de uma hierarquia republicana. Segundo a República Sedução (feminina), as tarefas são democráticas, tendo discussão entre as moradoras e reuniões para a resolução de problemas, onde todas participam e tem voz ativa. Há penalidades também para descumprimento de tarefas como o “Oscar” da casa. Segundo Juliana Teles, moradora da Sedução e estudante do curso de Física, o mais importante é a boa convivência, a importância das responsabilidades e saber conviver com as diferenças. Na República Sua Mãe (masculina) a coisa funciona basicamente do mesmo modo também, tendo algumas diferenças já que cada república tem um perfil. Eliel Kisch, morador da Sua Mãe e estudante de Química Industrial, diz que é uma experiência muito agradável e que é bom vivenciar a cultura de outra cidade. Uma das coisas mais importantes que a maioria das repúblicas também preza é o compromisso com os estudos.
Outra coisa interessante das Repúblicas são as festas tradicionais como o aniversário da república, onde a república comemora-o convidando outras pessoalmente; sociais, onde repúblicas femininas e masculinas se conhecem; escolhas, que é a passagem de um “bixo” para “semi-bixo”, entre outras. Um ponto bastante conhecido entre os republicanos é o CAEM (Centro Acadêmico da Escola de Minas), localizado na Praça Tiradentes no centro de Ouro Preto, onde também ocorrem festas tradicionais.
Por ser uma cidade histórica, Ouro Preto recebe vários turistas o ano todo e seu modo de vida republicano chama atenção em muitas cidades do país pela harmonia e ótima recepção para com esses. Com certeza é um lugar que vale a pena conhecer.
Geovani Barbosa Fernandes
Estudante de Jornalismo
“Disciplina e dignidade caminham juntos”
No ultimo dia 04, iniciou-se no Presídio Regional de Mariana, antiga delegacia, a gestão administrativa da Subsecretaria de Administração Prisional (SUAPI), sistema que visa a melhoria das condições de permanência dos detentos, em substituição à Polícia Civil, que exercia essa função anteriormente. A mudança tem como objetivo reverter a força policial empregada na tarefa de manutenção do presídio para sua real função, a investigativa, como nos conta o Diretor Adjunto do Presídio Regional de Mariana.
Antes da nova administração o presídio não tinha estrutura, e a fiscalização era ineficaz. Com a entrada da SUAPI, foram encontradas duas celas com grades cerradas e dez aparelhos de celular ilegais em posse de presidiários. Agora os detentos contam com serviços básicos antes inexistentes, como apoio psicológico, atendimento médico, consulta a dentistas, banhos de sol de segunda a sexta, dentre outros benefícios. Foi criado também o GIT (Grupo de Intervenções Táticas), que é responsável por escoltas e controle dos presos, em caso de rebeliões ou motins. É proibido fumar dentro do presídio e os presos são conscientizados a cuidar do meio ambiente através de trabalhos de reciclagem. “Trabalhamos com rigidez e disciplina, mas sem interferir na dignidade humana”, declarou o diretor.
Os presos entrevistados elogiaram o novo sistema e se mostraram muito satisfeitos em comparação com a antiga diretoria. “A convivência dentro das celas é mais tranquila agora”, disse uma detenta, cujo nome foi ocultado para sua segurança. As mudanças também se mostraram positivas com relação à vizinhança, que já pôde perceber significativos aumentos de segurança e silêncio, em uma das regiões residenciais do centro de Mariana. O Diretor conta com o apoio da sociedade, empresários e comerciantes para reformas e outras necessidades, visando melhorar o atendimento aos internos, suas famílias e a população.
Ana Rafaela da Silva
Caroline Cristina Simões Gomes
Gabriel Koritzky Falconiere Lopes
Gisela Cardoso Teixeira
Hiago dos Anjos Maia Castro
A necessidade pede carona
A famosa carona é um hábito bastante comum entre os estudantes da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), entre os fatores que levam a tal situação está a dificuldade de obter o auxílio transporte oferecido pela universidade e pelos altos preços das passagens.
Nessa terça feira, 26 de abril, foram entrevistados alunos em frente ao ICSA (Instituto de Ciências Sociais Aplicadas) em Mariana, chovia muito e a dificuldade de conseguir o transporte era notável, eles disseram que pedem carona há aproximadamente dois anos. A aluna Greice Laportes, estudante de jornalismo, relatou que pede carona por questões financeiras, e muitas vezes pela demora ou a superlotação dos ônibus. Quando questionada sobre os perigos que corria por pedir caronas a desconhecidos ela disse que já aconteceram situações “tensas”, como motoristas que andavam em altíssima velocidade. De acordo com ela, é muito comum a “falta de ética” nos pontos de carona: “A ‘bixarada’ não respeita, as vezes estamos aqui a horas, eles entram na frente e em dois minutos conseguem carona. A UFOP poderia ampliar o auxílio transporte.”
É concedida bolsa-transporte aos alunos que residem em Ouro Preto e estudam no campus de Mariana (ICHS/ICSA), bem como aos alunos que residem em Mariana e estudam nos campus de Ouro Preto (Centro Histórico e Morro do Cruzeiro), em situação de vulnerabilidade socioeconômica.
Não foi encontrada a responsável do setor de transporte da Secretaria de Educação de Mariana, Maria da Consolação. A atendente Carmem Lúcia informou apenas que a prefeitura concede vale transporte somente aos estudantes da rede pública municipal e IFMG (Instituto Federal de Minas Gerais) em Ouro Preto. O responsável pelo setor de transporte da prefeitura de Ouro Preto não foi encontrado para esclarecimentos.
Perguntado sobre o assunto, o gerente da Transcotta (empresa responsável pelo transporte Ouro Preto – Mariana) , William Oliveira disse que “ Vale transporte, ou meio passe para estudantes não depende da empresa.”
Alunos responsáveis: Fernanda Mafia Guimarães, Janderson Coimbra, Talita Figueiredo, Thaís Oliveira, Kenia Marcília e Viviane Ferreira.
“Não tem outro, vai este mesmo…”
Durante uma pesquisa informal, foi constatado o que as pessoas pensam sobre o transporte público de Mariana (MG), a maioria das pessoas da cidade se conforma com as condições do transporte local, mas muitos deles têm ressalvas: Seu Jair, que é de Barra Longa, diz que não há nenhum problema, pois já está acostumado. “Não tem outro, vai este mesmo, né?”. Já D. Marlene (65), compara o transporte local com a cidade de Belo Horizonte e encontra muitos problemas. “O transporte de BH é bem melhor que o de Mariana, lá as pessoas têm mais respeito do que aqui”.
“É doído”, afirma Fabíola, gestante e moradora dos arredores da cidade, que vem constantemente ao centro fazer exame pré-natal e diz ainda que às vezes as pessoas cedem lugar para que ela possa se sentar. É importante ressaltar que, nos ônibus, é direito decretada por lei a reserva de assentos preferenciais para idosos, gestantes, obesos e deficientes.
Pedro e Marcinho, estudantes naturais da cidade, reclamam do trajeto percorrido pelo ônibus, que demora a chegar a seus destinos, contudo, apoiam o preço da passagem, pois sabem que em metrópoles, o valor é maior.
Houveram diversos depoimentos sobre a situação do trânsito na cidade histórica de Mariana e, apesar de terem sido encontrados alguns problemas, o transporte parece ser aceito pela população marianense. As necessidades cotidianas de cada indivíduo determinam a dependência de um meio único de transporte, e mostram conformidade com essa situação.
Nos Trilhos do conhecimento
Aconteceu em Mariana, Minas Gerais, em 15 de abril, um evento realizado pelo Programa de Educação Patrimonial Trem da Vale cuja ação social inclui educação e o estímulo à leitura através de atividades culturais. Cerca de 50 crianças estavam presentes e assim conheceram o projeto.
Durante o mês de abril, realizam-se atividades voltadas para o público infanto-juvenil de Mariana e Ouro Preto homenageando a semana do livro e o 129º aniversário do escritor brasileiro Monteiro Lobato. Dentre as atividades propostas estão: cineminhas, saraus, gincanas e leitura de contos, voltadas preferencialmente para os alunos da rede pública de ensino. Segundo Marilêne Marinho, coordenadora do Vale Conhecer e Vale promover, uma das finalidades do projeto é “incentivar as crianças a se interessarem mais pela leitura, já que esta está cada vez mais se extinguindo do cotidiano infantil devido à modernização dos meios de entretenimento.” Read the rest of this entry
Trânsito na Rua do Catete gera transtorno aos usuários
O aumento gradual de pedestres e estudantes próximo ao Instituto de Ciências Sociais Aplicadas (ICSA), na Rua do Catete, em Mariana, tem trazido riscos à segurança no trânsito. A falta de sinalização adequada e infraestrutura dificultam a travessia e o trânsito de pedestres em frente ao prédio do antigo Colégio Padre Avelar. O “gargalo” criado por uma mão e contra mão confusos, o elevado tráfego de ônibus e caminhões geram, frequentemente, retenções nos sentidos Mariana – Ouro Preto, e vice-versa.
Em meio ao caótico cenário durante os horários de maior movimento, de 17h as 19h, estão os pedestres que buscam espaço e caminhos para realizarem a travessia da rua em meio aos veículos. Para a secretária escolar, Edna, 36, o problema passa pela educação no trânsito e pela falta de paciência de seus usuários. Já o vereador Bruno Mol afirma que a Câmara de Vereadores de Mariana tem enviado com freqüência ao Departamento Municipal de Trânsito (DEMUTRAN), cobranças de resolução deste e de outros problemas relacionados ao trânsito de Mariana.
De acordo com a Guarda Municipal de Mariana, o desafio passa pela educação no trânsito. Para o guarda municipal, Flamariano das Américas, a via é bem sinalizada, sendo necessárias campanhas que conscientizem a população para o bom uso das vias urbanas.
Estudantes resposáveis pela redação e apuração:
Jusé Leôncio Silva Andrade
Nathália Souza Silva
Tamires Duarte
Kaio Cesar Barreto
Júlia Mara Cunha
Narrativa transmídia: mudanças importantes no Jornalismo
O modo de se fazer Jornalismo foi modificado desde o surgimento das mídias digitais, especialmente a Internet. A partir da web, as redações passaram a trabalhar com uma velocidade maior. O volume de informação circulando também aumento vertiginosamente e, em alguns casos, a qualidade diminuiu proporcionalmente, infelizmente. Mas continua mudando.
Dentre as novidades, a narrativa transmídia é a mais nova. Sim, NARRATIVA TRANSMÍDIA. Essa nova forma de falar para uma sociedade pós-moderna, com defende Lev Manovich, ou Líquida, como defende Zygmunt Bauman, é nominada e difundida por Henry Jenkins como a melhor estratégia comunicacional para os meios e a sociedade atual.
Narrativa transmídia nada mais é do que falar, a partir de diversas mídias, com distintos discursos, para um grupo, a fim de obter um resultado único, uma comunicação final. Para isso, Jenkins apóia seus métodos nas redes sociais, como o Facebook, o Twitter ou os blogs, como este, e na difusão destes conteúdos pelos próprios usuários. Com isso, o professor do MIT acredita que consegue falar com todos os usuários interessados. Outra importante característica está na mobilidade, ou seja, o uso de telefones móveis na produção e circulação de conteúdo. Mas e o Jornalismo??? Como fica nessa história, já que Jenkins estuda sempre a ficção??
Por isso, inventei um desafio. No final de 2010, acertei com o professor Dr. Jesús Miguel Flores Vívar uma pesquisa de pós-doutorado na Universidade Complutense de Madri, para onde irei no final deste ano para um seminário e no começo do ano que vem para uma estância de 2 semanas, apresentando seminários especiais. Resolvi pesquisar uma forma de produção de JORNALISMO TRANSMÍDIA e, para tanto, comprei um telefone móvel modelo iPhone. Neste equipamento, produzo reportagens em vídeo (edito todo o material no próprio aparelho), produzo fotos, escrevo as notícias e as publico em meu blog especialmente criado para isto. No mesmo momento, posto um link no Twitter e outro em meu Facebook. Tem dado um bom resultado, como vocês podem descobrir nestes dois links abaixo:
O desafio está aqui: Para onde vai o Jornalismo a partir das Narrativas Transmídia??? Como ficam as antigas formas de produção jornalística?? Elas ainda valerão para algo?? Certamente sim, mas teremos que fazer, em poucos dias, uma reformulação de seu papel, e deus métodos. Fica o desafio, e o pedido de opinião de vocês, alunos e professores que acompanham este post.
Prof. Dr. Denis Porto Renó
Jornalista, professor da Universidade Federal de Ouro Preto (Brasil),
amigo do querido professor Marcelo Martinez,
pesquisador da Universidade Complutense de Madri,
participante do grupo de pesquisa Midalab, e colaborador deste blog.
Ainda sobre as pedras das ruas
Estava andando de carro ontem e resolvi registrar mais algumas semelhanças entre Ouro Preto e Santiago de Compostela, duas cidades com enorme distância geográfica, mas próximas em arquitetura, tradição e atividades que alimentam a economia local.
Ouro Preto possui ruas (calle) apertadinhas, algumas vezes sombreadas o dia todo. Também possui chão de pedra, assim como estruturas de diversas casas. E falando em casas, o costume (e a arquitetura) é ter janelas (ventanas) quadradas, num estilo colonial que me deixa em casa nas duas cidades.
Abaixo, apresento três imagens que me agradam muito em Ouro Preto. A primeira, uma rua bem estreita próxima à Igreja do Pilar, já postada no blog, é agradável demais, e somente pedestres passam por ela. A segunda, uma esquina na apertada e importante Rua São José, conhecida como rua dos bancos. Por fim, a terceira foto apresenta a mesma rua por outro ângulo, e novos casarões em destaque (POR PROBLEMAS COM O WORDPRESS, POSTAREI AS FOTOS MAIS TARDE).
Nos próximos dias vou postar um texto sobre Narrativas Transmídia, muito coerente com o espaço criado aqui. Enquanto isso, apresento um pouco mais desta cidade maravilhosa, e deixo nestas palavras a saudade que sinto das ruas de Santiago de Compostela, por onde estive algumas vezes, e para onde pretendo voltar em breve.
Pelas pedras da rua São José, em Ouro Preto
Nesta manhã de sábado saí com minha esposa e a Melissa, minha caçulinha, para comprar umas coisas que estavam faltando. Uma das paradas foi na loja EletroChaves, um verdadeiro shopping em plena rua São José, também conhecida como “rua dos bancos”, em Ouro Preto.
A rua é uma simpatia, e desemboca numa ladeira de pedra em frente à igreja do Rosário. Na verdade, ela também começa a partir de uma ladeira, a rua Direita, e segue sempre plana, com algumas curvinhas e uma leve suvida em frente à padaria e ao banco Itaú (antigo Unibanco).
Mas o que mais me chama a atenção nesta rua é a arquitetura. O conjunto de casas é uma soma de casarões que datam o século XVIII, até a igreja do Rosário, construída para que os escravos pudessem frequentar o templo católico. De enorme e total simplicidade internamente, é, na minha opinião, a mais bonita exteriormente.
Essa é uma das ruas que mais circulo na cidade. Sempre que preciso de algo, faço questão de passar por ela, descer pela igreja do Rosário e seguir pelo caminho mais longo até minha casa. Poderia virar logo à direita e sair no bairro Pilar. Mas não. prefiro passar em frente à igreja do Pilar algumas ladeiras depois. Por que?? Por ser um caminho muito, mas muito mais bonito, com gostinho de Santiago de Compostela.
Ouro Preto e Santiago de Compostela: cidades de festas
Ouro Preto e Santiago de Compostela possuem diversas coisas em comum. A arquitetura é antiga (claro que Santiago é muito mais antiga). As duas cidades são apoiadas no turismo e na educação. A Universidade de Santiago de Compostela é a segunda mais antiga da Espanha. A Universidade Federal de Ouro Preto possui o curso de Farmácia mis antigo do Brasil. Além disso, as festas animam as duas cidades, cheias de estudantes e turistas, e o carnaval é um dos festejos em comum.
Ouro Preto tem um carnaval de rua dos mais interessantes do Brasil. Durante os quatro dias de carnaval, as ladeiras de Ouro Preto ficam repletas de turistas e foliões. Os blocos carnavalescos circulam o tempo todo, com baterias, muita cor e alegria. À noite, a folia continua, e ainda se divide em diversos palcos pelas ruas da cidade, com maior concentração na Praça Tiradentes e no estacionamento da UFOP, perto da reitoria.
A religiosidade é outro ponto forte nas duas cidades. Apoiadas em pedras, riqueza e história, as inúmeras igrejas de Ouro Preto se espalham por toda a cidade. Em Santiago de Compostela existem igrejas em menor quantidade, mas são ricas em exuberância.
Ouro Preto ainda recebe o Festival de Inverno, que acontece em Julho, e o Festival de Cinema, que acontece em janeiro/fevereiro. As duas festas são organizadas pela Universidade Federal de Ouro Preto.
Denis Porto Renó
Professor de Jornalismo
Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP
Brasil
O sol brilha nas históricas colinas mineiras
Na tarde desta quarta-feira (atrasada a postagem, mas a foto foi tirada da câmera digital e a postagem do computador, então eu justifico o papel de peixe) estava um sol tão bonito em minha nova cidade. E o mais legal: não estava transpirando, e sem ar condicionado ligado, ou coisas do gênero. Resolvi clicar.
A imagem da foto é a colina onde fica a praça Tiradentes, em Ouro Preto. O local foi palco da exposição da cabeça de Tiradentes, morto e esquartejado no Rio de Janeiro. Em frente à praça, o Museu dos Inconfidentes. Ao lado, e no canto esquerdo da foto, a Igreja Nossa Senhora do Carmo. Próximo dali, a movimentada Rua Direita deixa qualquer cardíaco com a língua de fora, e os consumistas precisam tomar cuidado com as lojinhas de artesanato, que oferecem de tudo para encher as sacolas.
Mas o mais interessante da foto não é a igreja. O mais legal é imaginar que a cidade é totalmente do jeito da igreja, com uma paisagem de mais de 300 anos que ainda preserva as riquezas do tempo do ouro. Parece que em algum porão de qualquer daqueles casarões da foto podemos encontrar caixas e mais caixas de ouro. Um tesouro escondido desde os tempos em que o tijolo dourado era carregado em lombo de burro. E por falar em burro, algumas vezes podemos encontrar comitivas completas e suas cangalhas ao lado da Escola de Minas, em frente ao terminal rodoviário urbano. Parece que estão à espera de mais um carregamento.
As próximas imagens serão mais da arquitetura barroca, típica na cidade e, claro, do calor de Ouro Preto, pois daqui não tiramos somente o friozinho agradável. A hospitalidade e a graça também circulam pelas ruas da cidade.
Denis Porto Renó
Professor de Jornalismo
Universidade Federal de Ouro Preto
Estas son algunhas imaxes da cidade de Compostela e a súa Universidade.
Santiago caracterízase polas súas rúas molladas, sempre cheas de peregrinos, estudantes e turistas. Unha cidade tranquila, pequena e agradable. Vivimos onde a choiva é arte, no lugar onde remata o camiño e onde a relixión e a ciencia atoparon unha sede común.
Ouro Preto participa do projeto Comum e Pessoal
Essa postagem inaugura uma parceria no projeto Comum e Pessoal, idealizado pelo professor e amigo Marcelo Martinez, da Universidade de Santiago de Compostela, Espanha.
Represento a Universidade Federal de Ouro Preto, Brasil. Aliás, tanto a UFOP como a cidade de Ouro Preto se assemelham demais com a USC e a cidade de Santiago de Compostela. Ambas são históricas e importantes para nossos países. Ouro Preto é a primeira cidade brasileira considerada patrimônio da humanidade pela Unesco. É toda colonial, e faz parte da história do meu país. A Universidade Federal de Ouro Preto, por sua vez, é uma das mais antigas do meu país, fundada há 170 anos. O mesmo está nos jovens, que esbanjam alegria em festas populares, como o carnaval da cidade.
O clima também é parecido. Aqui chove bastante, tem uma névoa gelada e o sol se esconde entre as nuvens. As ruas também são bastante parecidas. De pedra, serviram de passarela para a história do Brasil. O mesmo se refere à religiosidade. A cidade possui inúmeras igrejas, não tão grandes nem tão exuberantes como a catedral de Compostela, mas a riqueza cultural se equipara.
Começa nesta postagem nossa participação no projeto. Até a próxima postagem.
Prof. Dr. Denis Porto Renó
Brasil